Quem sou eu

Eu nasci em Natal, no Rio Grande do Norte, no dia 21 de março de 1992, porém erraram minha natalidade na hora do meu registro civil e por isso, oficialmente, sou Alagoano. Fui aconselhado a não mudar meus documentos pelo mesmo rapaz que fez a minha identidade, pois se eu tentasse, teria muita dor de cabeça e isso não mudaria muita coisa. Além disso, não sou o tipo de pessoa que se apega a lugares. Sou alguém que costuma pensar que todo lugar pode ser bom, pois quem faz o lugar é quem está nele.

Durante grande parte da Minha vida eu morei em Alagoas, nas cidades de Maceió e Girau do Ponciano. Maceió é a capital do Estado de Alagoas e Girau do Ponciano, uma cidade com menos de 35 mil habitantes. Guardo lembranças maravilhosas desses dois lugares e algumas nem tanto assim. Felizmente, de qualquer forma, pois a vida não deve ser toda da mesma cor, nem ter o mesmo gosto o tempo inteiro!

Antes de ir morar em Alagoas, logo que nasci em Natal,  passei os primeiros 2 anos da minha vida na cidade de Pureza, aqui no Rio Grande do Norte, onde até hoje mora grande parte da minha família. Meus pais nasceram nessa cidadezinha de menos de 10 mil habitantes, na mesma rua e lá se apaixonaram, estando juntos até hoje, casados há mais de 25 anos. Posso dizer que eu, assim como meus irmãos, somos fruto de um amor verdadeiro parecido com um "True Love" de contos de fadas, que começou entre duas crianças e que existe até hoje. Tenho 1 irmão e duas irmãs. São as pessoas mais maravilhosas do mundo, com seus defeitos e qualidades que os tornam insubstituíveis e incríveis. Conheço poucas pessoas tão inteligentes, especiais e humanas como meus irmãos. Sou extremamente feliz pela família que tenho e gostaria que todas as pessoas do mundo pudessem ter a mesma felicidade.

 Fui Batizado Anaxágoras pelos meus pais e amo esse nome que me deram. A motivação desse nome vem de uma historinha real que aconteceu quando minha mãe estava grávida de mim. Nesse período a minha família era composta apenas por meu pai, minha mãe, minha irmã mais velha e meu irmão. Nesse período meus pais trabalhavam e moravam na casa de um padre chamado Afrânio (mais uma pessoa maravilhosa e que admiro extremamente(escolheria ser ele, caso tivesse de escolher ser outra pessoa)) que recebia visitas de pessoas que moravam em vários lugares do país. Ele é um padre incrível, uma pessoa incrível também, que não tem sua religião como justificativa para a discriminação ou o preconceito, mas como motivação para o amor à todas as criaturas.

Em um desses dias, quando eu ainda era uma vida esperando para ver a luz, uma senhorinha, a Lina, veio fazer uma visita. Lina era uma senhora nascida em uma família rica de industriais da Argentina, que abriu mão de sua fortuna para se dedicar ao trabalho com pessoas pobres e excluídas da sociedade: dependentes químicos, moradores de rua, órfãos, etc. Por isso, a Lina acabou conhecendo o mundo e adquirindo grande sabedoria. Quando a Lina veio nos visitar, a minha mãe já estava em um estágio avançado da gestação e Lina começou a conversar com ela: perguntou quantos meses ela estava de gestação, em qual provável período a criança nasceria, como minha mãe estava se sentindo, etc. e quando a conversa já havia se desenvolvido bem, ela começou a dizer como eu seria quando nascesse. Disse que eu seria "Aries de Macaco", em referência aos horóscopos grego e chinês. Disse também que eu seria extrovertido, brincalhão, inteligente, extremamente energético e ativo, muito falador, com opinião forte, gostaria de subir em árvores... E em seguida aconselhou que me dessem um nome que combinasse com a minha personalidade. Meus pais tinham um acordo de que o nome de todos os filhos e filhas começassem com a letra "A". Pegaram então o livro dos nomes e começaram a ver nomes com a Letra A. Quando meu pai falou o nome "Anaxágoras" a minha mãe logo disse: "É esse! Diga o que significa."Meu pai então respondeu: "O  chefe de reuniões, o primeiro que fala, o dominador da palavra". E assim escolheram o meu nome que eu tanto amo e que não trocaria por nenhum outro.

 Desde pequeno sempre gostei de conhecer as coisas. Amava as aulas de ciências na escola e todas as atividades artísticas. Como todas as crianças (ou pelo menos a esmagadora maioria delas) sempre gostei de desenhar, pintar, cantar, dançar, atuar, inventar histórias, etc. Os meus pais nunca deixaram de me incentivar a conhecer e desfrutar de todo o conhecimento que eu tivesse acesso e desenvolver as habilidades que fossem possíveis para mim. Quando eu era pequeno, desmontava eletrodomésticos e outras coisas da casa quando estava escondido (o que me rendeu muitos choques e acidentes), fazia experiências com coisas coloridas e de texturas diferentes, brincava na areia sem impedimento dos meus pais e subia em árvores junto com meus irmãos e amigos da rua. A minha infância foi extremamente feliz. Meus pais permitiram que eu fosse criança e acredito que por causa disso hoje sou um bom adulto. Sim, eu me vejo um bom adulto, tenho muito orgulho disso e nenhuma modéstia em dizer.

Acredito que foi por essa liberdade e incentivo que meus pais me proporcionaram que hoje trabalho com as artes. Também deve ter sido pelo encorajamento que sempre recebi principalmente da minha mãe e da minha irmã mais velha, quando fazia coisas interessantes. Quando fazia um bom desenho, quando dançava forró ou sambava, quando tirava uma nota boa, quando produzia uma boa maquete ou quando a minha mãe olhava a minha caligrafia. Aprendi com essas experiências que a liberdade e o incentivo, que demonstrar que estamos do lado daquele que está ao nosso lado é a melhor forma de fazer boas pessoas e de ajudá-las a serem melhores no que fazem. Aprendi muitas coisas na vida graças ao apoio e ao incentivo e não graças a punições ou autoritarismo. Nunca fui uma criança que apanhou, mas sempre ouvi sermões que me deixavam com um grande peso na consciência, muito mais dolorido que qualquer palmada. Aprendi desde cedo o poder das palavras e que as pessoas têm sentimentos. Não precisamos violar seus corpos com a violência para que elas aprendam lições. Precisamos apenas fazer com que elas sintam com seus corações, pois será assim que terão um verdadeiro e sólido aprendizado.

Aos 12 anos voltei a morar no Rio Grande do Norte, em Ceará-Mirim. Concluí o ensino médio, inciei o curso de história em 2012, cursei 8 períodos e tranquei o curso para entrar em Artes Visuais. Não explicarei os motivos aqui, pois são muitos. Talvez eu deixe pra falar sobre isso em algum post. Mas o fato é que Artes Visuais caracteriza o atual momento da minha vida. Por muito tempo tentei fazer coisas consideradas inviáveis para a maioria das pessoas, coisa essa que Arte em nosso país infelizmente não é. Porém acredito realmente que aquilo que fazemos com amor e vontade reais sempre geram frutos e por isso não devemos ter medo. Acho que eu estava certo! Hoje sou professor de Artes, Fotógrafo e ainda estudante de Artes. Me sinto extremamente feliz com o que faço atualmente, me sinto realizado e no caminho certo. Mas se um dia eu sentir que devo mudar os rumos, mudarei novamente, pois não sou um ser estático e tenho sentidos para sentir, coisas, lugares e pessoas para conhecer e uma vida (espero que longa) para viver. Quero no fim da viagem ter belas e singulares histórias para contar e é por isso que não me reusarei em nenhum momento a escrever novas páginas.

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