Professor de Arte: começando uma nova etapa.

No último dia 2 de fevereiro, quinta-feira, comecei uma nova etapa em minha vida: tornei-me professor em uma escola. 

 
Na verdade, esse foi o dia que dei a minha primeira aula como professor da disciplina de Artes, já que antes desse dia participei do planejamento na escola e lá dei uma oficina de Arte para os professores. Desde o começo a experiência foi muito boa e a equipe que tem me acompanhado tem se mostrado uma família. Mas essa não foi a minha primeira experiência dentro de uma sala de aula. Tanto no curso de História, quanto agora em Artes Visuais, fiz parte do PIBID - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência -, onde elaborávamos propostas de aulas e inovação pedagógica nas áreas de cada curso. Entretanto, ser o professor e responsável por essa disciplina sem o apoio de um professor orientador e coordenador da universidade, é bem mais desafiador e interessante. Agora é hora de mostrar do que valeram as experiências pregressas e como me saio "sozinho".

Logo de cara a experiência tem sido bem interessante. A escola na qual estou trabalhando divide a disciplina de Arte em 4 bimestres e em cada bimestre os alunos e alunas têm aulas sobre as quatro ênfases das artes: Artes Visuais, Teatro, Música e Dança. Achei a proposta interessante, já que o normal é que a disciplina de Arte seja uma disciplina menosprezada e encarada de forma superficial pela maioria das escolas. Fiquei responsável pelas ênfases em Artes Visuais, minha área de formação, e Teatro nos 6º, 7º, 8º e 9º anos do ensino fundamental. A escola não adotou nenhum livro didático e isso me dá mais liberdade para escolher os conteúdos e preparar as aulas. O que ao meu ver facilitará muita coisa, pois um dos fatores que causou grande conflito nas últimas experiências docentes que tive foi justamente a escolha de materiais didáticos que não estavam de acordo com as propostas pensadas por nós (professores e bolsistas do PIBID), para o andamento da disciplina na escola. 

Seguindo um princípio que muito considero e que é defendido por vários pensadores como Paulo Freire e Fayga Ostrower, é bem mais fácil fazer as pessoas se interessarem por determinados conteúdos se esses conteúdos dialogarem com suas próprias vidas. Foi por isso que em minha primeira aula, em todas as turmas, busquei, antes de mais nada, conhecer com quem trabalharei pelos próximos 6 meses (a partir do terceiro bimestre quem assumirá a turma é outra profissional (pessoa maravilhosa, muito bem capacitada e amiga) que dará as matérias sobre música e dança) e qual o "universo multissensorial" que os cerca. Pedi que os alunos e alunas me falassem sobre o que fazem, gostam, o que assistem, o que ouvem, o que cantam, se se sentem mais atraídos por alguma das linguagens artísticas mais do que por outras e assim fui apresentado a forma como estava me propondo a trabalhar junto com eles durante o período que estaríamos juntos. Por fim, pedi que listassem esses gostos e que me trouxessem na aula seguinte.

A experiência foi muitíssimo satisfatória. Com muita eficiência, conseguimos quebrar o gelo do primeiro contato. Percebemos, a partir da apresentação do que gostávamos de fazer, que há muitas coisas em comum entre um adulto e vários pré-adolescentes e que por isso podemos nos entender.  

Sinto que aprenderemos muito nessa jornada. 
 
Fotos da acolhida aos alunos e alunas (me colocaram para cantar e dançar (acho que foi um tipo de trote para novatos)).
Parte da equipe de professores e professoras reunida no palco.

Eu cantando a música "Te devoro" do cantor brasileiro, nordestino e alagoano,  Djavan.
 

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